domingo, 29 de abril de 2012

1º de MAIO 2012


«Bem pago está quem por satisfeito se dá»


Lisboa, Martim Moniz 14.30

sexta-feira, 27 de abril de 2012

QUANDO OS TRABALHADORES PERDEREM A PACIÊNCIA


Mauro Iasi   Professor da UFRJ

QUANDO OS TRABALHADORES PERDEREM A PACIÊNCIA


As pessoas comerão três vezes ao dia
E passearão de
mãos dadas ao entardecer
A
vida será livre e não a concorrência
Quando os trabalhadores perderem a paciência

Certas pessoas perderão seus cargos e empregos
O trabalho deixará de ser um meio de vida
As
pessoas poderão fazer coisas de maior pertinência
Quando os trabalhadores perderem a paciência

O mundo não terá fronteiras
Nem estados, nem militares para proteger estados
Nem estados para proteger militares prepotências
Quando os trabalhadores perderem a paciência

A pele será carícia e o corpo delícia
E os
namorados farão amor não mercantil
Enquanto é a fome que vai virar indecência
Quando os trabalhadores perderem a paciência

Quando os trabalhadores perderem a paciência
Não terá governo nem direito sem justiça
Nem juízes, nem doutores em sapiência
Nem padres, nem excelências

Uma fruta será fruta, sem valor e sem troca
Sem que o humano se oculte na aparência
A
necessidade e o desejo serão o termo de equivalência
Quando os trabalhadores perderem a paciência

Quando os trabalhadores perderem a paciência
Depois de dez anos sem uso, por pura obsolescência
A filósofa-faxineira passando
pelo palácio dirá:
“declaro
vaga a presidência”!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Eugénio de Andrade a Vasco Gonçalves


"a Vasco Gonçalves”

Nesses dias era sílaba a sílaba que chegavas.
Quem conheça o sul e a sua transparência
também sabe que no verão pelas veredas
da cal a crispação da sombra caminha devagar.
De tanta palavra que disseste algumas
se perdiam, outras duram ainda, são lume
breve arado ceia de pobre roupa remendada.
Habitavas a terra, o comum da terra, e a paixão
era morada e instrumento de alegria.
Esse eras tu: inclinação da água. Na margem
vento areias lábios, tudo ardia."

Eugénio de Andrade

sábado, 14 de abril de 2012

Não será esquecido

14 de Abril de 1909
UMA FLOR PARA SOEIRO PEREIRA GOMES