LARVA
Pelo tempo chamado do Outono,
quando a beleza é mais oculta e calma
e na face das coisas pesa o sono
das águas do desejo, fecho a alma
e fico sem estrelas e sem nome.
Humilde, vou tecendo meu destino
futuro de palavras e de fome.
Nesse tempo do Outono meu latino
esplendor
é uma cinza paciente.
Meu
espírito, um lago verde. Quente,
porém, a
gota que leveda ao fundo
do
silêncio. Depois serei o Dia,
e com
poemas e sangue e alegria
nascerei,
incontido, sobre o mundo!...
Herberto Helder
|
Sem comentários:
Enviar um comentário