Amaria
  Gostava.
  E digo gostava até
que o mar invadisse 
os olhos,
ou chegasse a atingir
a pureza de uma
rosa ao nascer do
dia,
quando suas fragrâncias
são uma nuvem
dispersa
e alimentam aquilo
que de mais sensível
desperta
num ser incauto
procurando o extremo
da beleza,
ou em alguém
cujo único propósito
é conseguir abraçar
o mais rebuscado
mas mais belo dos
propósitos abstractos.
  Gostava de
conseguir oferecer
completamente
a nuvem de motivos 
etéreos que preenchem
completamente
mas depois levam 
a flutuar.
  Pois é:
  Gostava,
Mas não só!
  Amaria!
  Amaria que,
um dia,
as palavras
que surgissem
transformassem até 
aquelas consciências 
que estão amarradas
amargamente 
aos dias sujos
e à lama do 
desconsolo.
Miguel Martins
(Pedro Miguel Vieira Martins Lucas)
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