A
TODOS OS HOMENS ELEGANTES DA O.N.U.
Cavalheiros
de todas as latitudes!:
Engravatados
em pleno meio-dia
     e  em excitantes
polémicas.
Que
pintais, digam-me, neste tempo?
Cavalheiros
de todas as latitudes!:
O
musgo cresce-me no coração,
     cobriu todos as paredes de cristal,
     as dispendiosas reuniões,
     os discursos vitais,
     os espiões, as massas, os ditos das putas…
Que
pintais, digam-me, neste tempo?
*
Cavalheiros!
Deixai
vagar a seu gosto a lua dos macacos,
     e vinde cá
     porque eu arraso as pontes deste mundo.
Meu
sangue amareleceu,
     e  o meu coração caído no lodo dos votos.
Cavalheiros
de todas as latitudes! :
Que
seja peste a minha afronta, e serpentes, minhas tristezas!
Reluzentes
sapatos de todas as latitudes! :
Grita
mais a minha vingança que a minha voz.
O
tempo é um cobarde.
E
já não tenho mão em mim!

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