segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

o 25 de Abril calou fundo...

(o 25 de Abril calou fundo no coração de todos os oprimidos)


Cortados aos quadradinhos e colocados junto às sanitas, os jornais de referência nem servem para limpar o cu. O povo não essa merda, como a classificava Fernando Pessoa. Os jornais de referência perderam de tal modo a credibilidade que são oferecidos como prospectos publicitários. Os jornais de referência acabam na reciclagem com os artigos dos politólogos, astrólogos e outros manhosos a soldo.

O descontentamento popular ignora os jornais de referência e as opiniões dos seus assalariados, essas bestas presumidas que se apresentam como politólogos, economistas ou analistas, vá saber-se der quê.

O telemóvel, mail, facebook ou o SMS que juntou em Madrid uma multidão que desmascarou Aznar, mandam às urtigas os jornais de referência, órgãos de intoxicação social pertença dos senhores do dinheiro.

Temos à nossa disposição as novas armas que tunisinos, egípcios e outros oprimidos manejam à perfeição.

“o mundo pula e avança


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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

NESTA HORA


NESTA HORA

Nesta hora limpa da verdade é preciso dizer a verdade toda

Mesmo aquela que é impopular neste dia em que se invoca o povo

Pois é preciso que o povo regresse do seu longo exílio

E lhe seja proposta uma verdade inteira e não meia verdade

Meia verdade é como habitar meia quarto

Ganhar meio salário

Como ter direito

A metade da vida

O demagogo diz da verdade a metade

E o resto joga com habilidade

Porque pensa que o povo pensa metade

Porque pensa que o povo não percebe nem sabe

A verdade não é uma especialidade

Para especializados clérigos letrados

Não basta gritar povo é preciso expor

Partir do olhar da mão e da razão

Partir da limpidez do elementar

Como quem parte do sol do mar do ar

Como quem parte da terra onde os homens estão

Para construir o canto do terrestre

-- Sob o ausente olhar silente de atenção

Para construir a festa do terrestre

Na nudez de alegria que nos veste

Sophia de Mello Brayner Andresen

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