segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Bertold Brecht

Como o ladrão esperto
que de noite espia
com dificuldade
se tem
polícia por perto,
assim deveria
mover-se aquele que busca a verdade.
E deveria
como algo roubado,
em perigo,
trazer com cuidado
a
verdade consigo.

Bertold Brecht

sábado, 28 de setembro de 2013

POEMA DA PALAVRA EXACTA - António Gedeão

POEMA DA PALAVRA EXACTA

Eu dou-te uma palavra, e tu jogarás nela
e nela apostarás com determinação.

Seja a palavra «biltre».

Talvez penses num cesto,
açafate  de ráfia, prenhe de flores e frutos.

Talvez numa almofada num regaço
onde as mãos ágeis manobrando as linhas
as complicadas rendas vão tecendo.

Talvez num insecto de élitros metálicos
emergindo da terra empapada de chuva.

Talvez num jogo lúdico, numa esfera de vidro,
pequena, contra outra arremessada.

Talvez

Mas não.
Biltre é um homem vil, infame e ordinário.
São assim as palavras.

António Gedeão

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

FECHOU A ESCOLA EM GRIJÓ - A.M.Pires Cabral

 António Manuel Pires Cabral

FECHOU A ESCOLA EM GRIJÓ

Dantes ouviam-se as
crianças a caminho da escola
e eram
como pássaros de som nas manhãs de Grijó.
Não eram muitas, mas as vozes joviais
davam
sinal de que a aldeia resistia,
continha à
distância o deserto que a ronda.

Agora as crianças, todas as manhãs,
são acondicionadas como mercadorias
numa
viatura com vocação de furgoneta.
Lembram
judeus em vagões jota
a
caminho de Auschwitz.
Vão aprender em terra estranha o que os seus pais
e os
pais dos seus pais aprenderam em Grijó.

se voltam a ouvir ao fim da tarde
quando a viatura as despeja no largo da aldeia
como artigos que ficaram por vender.
Mas ouvem-se pouco, porque vêm cansadas.
Ouvem-se
pouco e triste porque o seu dia
que devia ser dia de Grijó –
foi deportado
para outra terra onde
não se lhe firmam as raízes.

O
senhor ministro das Finanças está contente,
porque poupa meia dúzia de euros
com a violenta trasfega da infância.

Mas está triste Grijó, porque não ouve
as
suas aves de manhã a caminho da escola
– e
por isso pode dizer-se que a aldeia encolheu,
ficaram uns
metros mais perto as areias de amanhã.

Caladas as
vozes tagarelas das crianças,
nos dias de Grijó poucas mais se ouvem
do
que as de alguns velhos que antecipam
em palavras raras, conformadas,
o
dia em que o silêncio cobrirá com estrondo
o (des)
povoado definitivamente.

O
senhor ministro das Finanças terá poupado
mais alguns euros com a instauração
deste
opressivo silêncio final,
e ficará
contente. Grijó não.


A.M.Pires Cabral
(‘Repórter do Marão’, Set. 2012, p.22)

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

António Ramos Rosa - 1924 - 2013



Faleceu António Ramos Rosa

Destacado poeta e crítico português nascido em Faro em 1924. Foi militante do MUD (Movimento de União Democrática) onde militou activamente e conheceu a prisão política. Trabalhou como tradutor e professor, tendo sido um dos directores de revistas literárias como Árvore e Cassiopeia. O seu primeiro livro de poesia, O Grito Claro, foi publicado em 1958. A sua obra poética ultrapassa os cinquenta títulos. É ainda autor de ensaios, entre os quais se salienta A Poesia Moderna e a Interrogação do Real (1979-1980). Em 1988 foi distinguido com o Prémio Pessoa.

Não posso adiar o amor

Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore.
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação.

Não posso adiar o coração.

António Ramos Rosa

Oportunismo



Oportunismo

O camaleão
tem a cor da ocasião.
Usa-se muito em política
é prática muito vista
– a situação pode mudar
ele não
é sempre situacionista

Carlos Pinhão
Bichos de Abril

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

TERRORISMO MADE USA


Investigadores dinamarqueses afirmam terem provas de que as torres gémeas foram derrubadas pelos serviços secretos israelitas com a colaboração do FBI

muito se falou do ataque alegadamente terrorista de 11 de Setembro às torres gémeas do World Trade Center, surgiram teorias, e especialistas levantaram muitas questões. Mas quando o investigador Cientista Larry Silverstein encontra explosivos em destroços do World Trade Center cai por terra a ideia de que o ataque foi terrorista.
Uma equipe de oito pesquisadores liderados pelo professor Niels Harrit da Universidade de Copenhaguem (Dinamarca), comprovaram a existência de explosivos altamente tecnológicos em amostra dos escombros das torres gémeas.
Essa pesquisa vem confirmar um trabalho semelhante previamente executado pelo professor Steven Jones nos Estados Unidos.
Com esta descoberta explica-se a queda livre dos prédios num processo de demolição implosiva controlada. Os aviões não poderiam derrubar as torres gémeas devido à temperatura do combustível não ser suficiente para derreter aço.
O impacto também não pode ter afectado a estrutura no nível afirmado pelo governo americano, uma vez que o prédio foi desenhado para suportar aviões daquele tamanho. O ferro derretido na base dos prédios ficou vivo por várias semanas.
E nos três meses seguintes, fotos infravermelhas de satélites mostraram bolsões de alto calor nas três torres.
Larry Silverstein comprou o leasing do WTC entre 2000 e 2001, dois meses antes do “ataque”, tendo contratado um seguro para os prédios no valor de dois bilhões de dólares contra ataque terrorista.
Na opinião dos investigadores da Universidade de Copenhague, o ataque às torres gémeas serviu paracriar ódio contra os árabes e fomentar as guerras americanas na saga pelo petróleo e a hegemonia Israelita no Médio Oriente”.
Ainda segundo os mesmos investigadores, “existem evidências de que agentes da Mossad (serviços secretos israelitas), foram capturados no mesmo dia na posse de explosivos. Todos foram libertados pelo FBI”.
Veja os vídeos.
(estudo completo aqui)