terça-feira, 5 de agosto de 2008

Au! Au! Au!

A AUTO-ESTIMA

Au! Au! Au!


“Queremos mentiras novas”

(paredes que falam)

Um tanto autista, o senhor Presidente, com toda a autoridade que o cargo lhe confere e porque não nos auspicia dias melhores, faz um apelo à nossa auto-estima para enfrentarmos o auto-de-fé da nossa autofágica e agonizante economia.

Os portugueses devem auto-afirmar-se, demonstrar autoconfiança, deixar de se auto-agredir, auto-admirando-se. O trabalhador deve ser audaz, ao mesmo tempo que austero, e não pensar em aumentos.

Os autocratas, não sendo totalmente australopitecos, devem fazer autocrítica, seguida de autocensura por se autogovernarem.

Os trabalhadores precisam de se auto-incriminar, autopunir-se e autodestruir autodefesas, apagar o autodomínio e deixar-se de auto-elogios … ficando a “au!, au!, auto-estima”.

Sempre em autocontemplação pela auto-estrada da auto-suficiência, recusando a autognose, sem se autodefinir, os autodenominados e auriluzentes governantes auscultam o eco da sua auto-satisfação:

A auréola da EDP é cada vez mais aurífera; neste 1º semestre nos sacou 962,4 milhões de euros. Bem pode auto-elogiar-se por se autofecundar, com tamanha autodeterminação. E, em auto-reflexão, orgulhosa com o seu auto-retrato, não procurar automoralizar-se.

Os senhores da banca têm também razões de sobra para se auto-estimar e autopromover, ao auferir tão chorudas benesses. Os governantes perderam toda a autonomia e o auto-respeito ao auxiliarem este autêntico saque ao magro bolo, devorado por alguns.

Auto-estimem-se! Pedem-nos. Automotivem-se, auto-instruam-se, auto-ajudem-se, autoprotejam-se, automaticamente, como autómatos. Assim sendo, entramos em autogestão, com total autonomia, sem necessitar de governantes.

Sua excelência o autista Victor Constâncio, senhor de magnifico autodomínio, autor da autópsia da nossa economia assim como outros autóctones chegam-nos em automóvel de alta cilindrada e pedem-nos moderação nos gastos anunciando que para nós a coisa está preta.

Desejaram-nos muita au! au! Auto-estima, fazendo apelo à autopiedade e que nos mantivesse-mos sempre em auto-observação e forte autodisciplina.

- Era tão bom ter um autoclismo do tamanho da Barragem do Alqueva!...

Não era?

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