Sonho
Pés flutuando em brilho patético.
Eu mesma,
também eu danço
livre do peso
no escuro, no imenso.
Espaços cerrados de eras passadas
distâncias trilhadas
solidões dissipadas
começam a dançar, a dançar.
Eu mesma,
também eu danço.
Irónica e destemida
de nada esquecida
eu conheço o imenso
eu conheço o peso
eu danço, e danço
em brilho irônico.
*
O dia nos leva incessante para longe de
quem
há pouco, no marco da porta, reunia suas forças.
As portas trancam-se incessantes, e as pontes caem
na correnteza que corre, teu pé mal as alcança.
*
Justiça e Liberdade
irmãos, não temam!
Diante de nós brilha a manhã.
Justiça e Liberdade
irmãos, coragem!
Amanhã vencemos satã.
Sobre os montes
desde os vales
arrastem o prumo de metal.
Justiça e Liberdade,
irmãos, avante!
Somos o Juízo Final.
Terras amplas
ruas estreitas
irmãos, esse é o nosso passo!
Rir, chorar
amar e odiar
os deuses estão do nosso lado.
*Poema do livro “também eu danço”, Editora Relicário, 2022.
Tradução de Daniel Arelli
1 comentário:
Excelente!
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