Os cravos Vermelhos
Quando eu for para o negro cemitério,
Irmão, lança sobre a tua irmã,
como uma última esperança,
cravos vermelhos em flor.
Nos últimos dias do Império,
Quando o povo despertava,
Vermelho cravo, foi o teu sorriso
A dizer-nos que tudo renascia.
Hoje, vai florir na sombra
Das negras e escuras masmorras.
Vai florir junto do triste cativo
E fala-lhe de todo o nosso amor por ele.
Diz-lhe que já não falta muito
Para sermos donos do futuro.
Que o vencedor de fronte lívida
Mais que o vencido há-de morrer.
Les Œillets rouges
Si j’allais au noir cimetière,
Frère, jetez sur votre soeur,
Comme une espérance dernière,
De rouges œillets tout en fleurs.
Dans les derniers temps de l’Empire,
Lorsque le peuple s’éveillait,
Rouge œillet, ce fut ton sourire
Qui nous dit que tout renaissait.
Aujourd’hui, va fleurir dans l’ombre
Des noires et tristes prisons.
Va fleurir près du captif sombre,
Et dis-lui bien que nous l’aimons.
Dis-lui que par le temps rapide
Tout appartient à l’avenir
Que le vainqueur au front livide
Plus que le vaincu peut mourir.
Louise Michel
(declaração de amor e carta de despedida ao seu companheiro fuzilado).
Professora, poetisa, escritora e combatente communard.
1 comentário:
Não conhecia a história de Louise Michel. Depois de ter lido vários artigos sobre ela fiquei fascinada. Os Cravos Vermelhos são um poema de uma esperança que ela sabe vã. Mesmo assim, dentro de uma cadeia consegue escrever este mágnifico poema para o Amor da sua Vida
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