quinta-feira, 21 de julho de 2011

Louise Michel - Os cravos Vermelhos

1830 - 1905
Professora, poetisa, escritora e combatente communard


Os cravos Vermelhos

Quando eu for para o negro cemitério,

Irmão, lança sobre a tua irmã,

como uma última esperança,

cravos vermelhos em flor.

Nos últimos dias do Império,

Quando o povo despertava,

Vermelho cravo, foi o teu sorriso

A dizer-nos que tudo renascia.

Hoje, vai florir na sombra

Das negras e escuras masmorras.

Vai florir junto do triste cativo

E fala-lhe de todo o nosso amor por ele.

Diz-lhe que não falta muito

Para sermos donos do futuro.

Que o vencedor de fronte lívida

Mais que o vencido há-de morrer.


Les Œillets rouges

Si j’allais au noir cimetière,
Frère, jetez sur votre soeur,
Comme une espérance dernière,
De rouges œillets tout en fleurs.

Dans les derniers temps de l’Empire,
Lorsque le peuple s’éveillait,
Rouge œillet, ce fut ton sourire
Qui nous dit
que tout renaissait.

Aujourd’hui, va fleurir dans l’ombre
Des noires et
tristes prisons.
Va fleurir près du captif sombre,
Et dis-lui bien
que nous l’aimons.

Dis-lui
que par le temps rapide
Tout appartient à l’avenir
Que le vainqueur au front livide
Plus
que le vaincu peut mourir.

Louise Michel

(declaração de amor e carta de despedida ao seu companheiro fuzilado).

Professora, poetisa, escritora e combatente communard.

1 comentário:

Unknown disse...

Não conhecia a história de Louise Michel. Depois de ter lido vários artigos sobre ela fiquei fascinada. Os Cravos Vermelhos são um poema de uma esperança que ela sabe vã. Mesmo assim, dentro de uma cadeia consegue escrever este mágnifico poema para o Amor da sua Vida