sexta-feira, 5 de julho de 2013

DISCURSO SOBRE O FILHO-DA-PUTA - Alberto Pimenta



Alberto Pimenta
FENDA

DISCURSO SOBRE O FILHO-DA-PUTA
com novas circunstâncias
e
doutrinas gerais úteis
para o seu melhor
conhecimento

BALADA DITIRAMBICA
do PEQUENO e DO GRANDE FILHO-DA-PUTA
I
o pequeno filho-da-puta
é sempre
um pequeno filho-da-puta;
mas não há filho-da-puta,
por pequeno que seja,
que não tenha
a sua própria
grandeza,
diz o pequeno filho-da-puta.

no entanto, há
filhos-da-puta
que nascem
grandes
e
fllhos-da-puta
que nascem
pequenos,
diz o pequeno filho-da-puta.
de resto,
os fllhos-da-puta
não se medem aos palmos
diz ainda
o pequeno filho-da-puta.
o pequeno
fllho-da-puta
tem
uma pequena
visão das coisas
e mostra em tudo quanto faz
e diz
que é mesmo
o pequeno filho-da-puta.

no entanto,
o pequeno filho-da-puta
tem orgulho em
ser
o pequeno fllho-da-puta.
todos
os grandes filhos-da-puta
são reproduções em
ponto grande
do pequeno filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
dentro do
pequeno filho-da-puta
estão em ideia
todos os
grandes filhos-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
tudo o que é mau
para o pequeno
é mau
para o grande filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
o pequeno filho-da-puta
foi concebido
pelo pequeno senhor
à sua imagem e
semelhança,
diz o pequeno filho-da-puta.
é o pequeno
filho-da-puta
que dá ao grande
tudo aquilo de que ele
precisa
para ser o grande filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
de resto,
o pequeno filho-da-puta
com bons olhos
o engrandecimento
do grande filho-da-puta:
o pequeno filho-da-puta
o pequeno senhor
Sujeito Serviçal
Simples Sobejo
ou seja, o pequeno filho-da-puta.
II
o grande filho-da-puta
também em certos casos começa
por ser
um pequeno filho-da-puta,
e não há filho-da-puta,
por pequeno que seja,
que não possa
vir um dia a ser
um grande filho-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.
no entanto, há
filhos-da-puta
que nascem
grandes
e
filhos-da-puta
que nascem
pequenos,
diz o grande filho-da-puta.
de resto,
os filhos-da-puta
não se medem aos palmos,
diz ainda
o grande filho-da-puta.
o grande
fllho-da-puta
tem
uma grande
visão das coisas
e mostra em tudo quanto faz
e diz
que é mesmo
o grande filho-da-puta.
por isso,
o grande filho-da-puta
tem orgulho em
ser
o grande filho-da-puta.
todos
os pequenos filhos-da-puta
são reproduções em
ponto pequeno
do grande filho-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.
dentro do
grande filho-da-puta
estão em ideia
todos os
pequenos filhos-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.
tudo o que é bom
para o grande
não pode
deixar de ser igualmente bom
para os pequenos filhos-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.
o grande filho-da-puta
foi concebido
pelo grande senhor
à sua imagem e
semelhança,
diz o grande filho-da-puta.
e o grande filho-da-puta
que dá ao pequeno
tudo aquilo de que ele
precisa
para ser o pequeno filho-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.
de resto,
o grande filho-da-puta
com bons olhos
a multiplicação
do pequeno filho-da-puta:
o grande filho-da-puta
o grande senhor
Santo e Senha
Símbolo Supremo
ou seja, o grande filho-da-puta.



PLANO GERAL DA OBRA
de como o filho-da-puta existe e
praticamente se encontra em todos os
lugares. do pouco que se sabe acerca
dele. de como os trajes e a conformação
física não bastam para o definir. alguns
traços distintivos do filho-da-puta. seus
gostos, e lugares que ocupa. modos de o
filho-da-puta ser filho-da-puta . de
como todo o filho-da-puta e acima de
tudo filho-da-puta. as suas grandes
especializações. sua vida particular e
pública. perguntas feitas por ele
mesmo. o seu sistema de entreajuda. da
escola como seu lugar predilecto. do lar
como seu lugar excelso. das infindáveis
variedades de filho-da-puta. de como
vive o filho-da-puta. a questão de saber
se o filho-da-puta nasce filho-da-puta.
seus temores e receios. sua frequência
dos lugares de recreio e
diversão. de como ser filho-da-puta não
compensa. um outro traço distintivo
seu. alguns aspectos anedóticos. de
como se é filho-da-puta em full-time. de
como o filho-da-puta costuma ter quem
se ocupe dele. das coisas que o
consolam. de novo a questão de saber se
o filho-da-puta nasce ou se faz. de como
os seus processos e hábitos mudam de
época para época e de lugar para
lugar. a técnica do filho-da-puta. novo
traço distintivo seu. modo de ser
próprio do filho-da-puta nacional. de
como o filho-da-puta morre de muitas
maneiras, e de como para ele todas são
boas. de como gosta de deixar, ou até de
fazer morrer os outros, e de como esse e
outro traço distintivo seu. de como a
sua vida e compreensível em função
da morte. de como a morte é  para o
filho-da-puta o verdadeiro começo. do
elogio fúnebre como ponto máximo na
sua carreira. grande lema do filho-da-puta
e final com bri

2 comentários:

Maria Raposo disse...

Boa noite,

Obrigada pelo seu trabalho de divulgação.

Como poderei contactar com o A. Pimenta para o entrevistar?

Maria Henriques-Raposo, revista Karga!

Muito grata

cid simoes disse...

Desconheço o contato com A Pimenta mas talvez o consiga obter através de uma das suas editoras, por exemplo esta tel: 21 346 1075 mail: letralivre[arroba]sapo.pt