“É preciso
avisar toda a
gente…”
É preciso avisar toda a gente
dar notícias informar prevenir
que por cada flor estrangulada
há milhões de sementes
a florir.
É preciso avisar toda a gente
segredar a palavra e a senha
engrossando
a verdade corrente
duma força que nada detenha.
É preciso avisar toda a gente
que há fogo no meio da
floresta
e que os mortos
apontam em frente
o caminho da esperança
que resta.
É preciso avisar toda a gente
transmitindo
este morse de dores.
É preciso imperioso
e urgente
mais flores mais flores mais flores.
A força
da poesia
Este poema foi dito pelo Armando Caldas (apresentado
pelo Correia
da Fonseca) em 1966 no Café da Cooperativa
Piedense a transbordar de gente
com os PIDE à mistura.
É difícil descrever
a emoção causada: todos,
todos chorávamos de raiva
pela opressão
que sufocava e pela
esperança militante
que nunca
nos deixou.
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