O FRIO DOS POBRES
o frio dos pobres que um dia triunfarão
assola no fundo do país
torturado
calado
crepita outonando sofrimentos
caindo-lhe folhinhas
odores secos
tombam por terra
e apodrecem
alimentando a fúria que virá
alma minha
que assim cresces contra as feras
dá-me coragem ou fogo
possa permanecer
continuar
para que coma a vitória
EL FRIO DE LOS POBRES
el frío de los pobres
que un día triunfarán
cruje en el fondo del país
torturado
callado
crepita otoñando padeceres
se le caen hojitas
olores secos
van al suelo
se pudren
alimentando la furia que vendrá
alma mía
que así crecés contra
las bestias
dame valor o fuego
pueda pudrirme
continuar
para que coma la victoria
( de “Si dulcemente”)
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