e às vezes
as mãos doíam-nos mas amávamos
o que
construíamos e dávamo-lo ao devir
dos dias
dávamo-nos
o mundo era inteiro era
o nosso
rosto que víamos
e
desenhávamos o caminho livre dos filhos
laranja
amaciada pela ternura dos dedos
mesa medida
pela fome que sentíamos
tudo era à
medida humana
até a noite
era um berço
que construíamos
como um
ninho
e o tempo
era limpo alvoroçado
cantava
era sempre Abril
e Maio era
grávido
era um país
com olhos de menino
Em Homem da Fábrica (Editorial
Utopia)
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