quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Um tiro no alvo


"quem rouba um poema não merece castigo"

Aos filhos da puta


A
todos os que se vendem e abandalham
a
todos os que crêem que são os únicos
os
melhores e a elite entre os demais e
se pavoneiam na
sua imbecilidade estonteante
intelectuais de pacotilha e militantes da mediocridade
a
todos que se aplaudem em salamaleques de familiaridades
e consanguinidades de
palavras para aplauso umbilical
aos
curtos de vista viscerais defensores da pequenez
provinciana travestida de
francesismos e transatlânticas
vitualhas literárias a
peso ou a metro milimetricamente
deglutidas
entre croquetes e champanhes de imitação
pechisbeques de
cabeças vazias embevecidas na vã cegueira
dos
que se acreditam os únicos olhos como se em terra de cegos vivessem

ergo a
minha taça
e
desejo que a terra lhes seja pesada aos ossos
fragilizados de
tanto curvar a cerviz
em cansaços vividos na inverdade da sua académica peralvilhice

bebo aos
filhos de puta
aos inúteis
aos
sem afectos
aos
sem memória
aos
medíocres
à
matilha e à corja
bebo a
todos os filhos de puta
mas bebo de aos filhos de puta maiores
a
todos eles e aos que me enojam

Fátima Pinto Ferreira

publicado no
seu blog...
Forja de Palavras

1 comentário:

Meg disse...

Meu caro Cid,

O que é bom, é para partilhar!
E este poema não é bom, é fabuloso, é um grito de revolta, é a voz de uma grande parte de nós.

Um abraço amigo