sábado, 3 de novembro de 2012

Meu País Desgraçado - Sebastião da Gama



Meu País Desgraçado

Meu país desgraçado!...
E no entantoSol a cada canto
e nãoMar tão lindo noutro lado.
NemCéu mais alegre do que o nosso,
nem pássaros, nem águas

Meu país desgraçado!...
Por que fatal engano?
Que malévolos crimes
teus direitos de berço violaram?

Meu Povo
de cabeça pendida, mãos caídas,
de olhos sem
-- busca, dentro de ti, fora de ti, aonde
a causa da miséria se te esconde.

E em nome dos direitos
que te deram a terra, o Sol, o Mar,
fere-a sem
com o lume do teu antigo olhar.

Levanta-te, Povo!
Ah!, visses tu, nos olhos das mulheres,
a calada censura
que te reclama filhos mais robustos!

Povo anémico e triste,
meu Pedro Sem sem forças, sem haveres!
-- olha a censura muda das mulheres!
Vai-te de novo ao Mar!
Reganha tuas barcas, tuas forças
e o direito de amar e fecundar
as que por Amor te não desprezam!

Sebastião da Gama

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