segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Padre-nosso - bOm AnO 2013

Padre-nosso

Dois pezitos descalços,
Um saquinho na mão
«Vai dizer ao teu pai
pra mandar o dinheiro, se não
não levas o pão

E à noite
a oração.

As mãozinhas erguidas numa prece absorta;
«o pão de cada dia noshoje
mas Tu pede ao padeiro
que o deixe à minha porta…»

Cochat Osório

sábado, 29 de dezembro de 2012

Le Chiffon rouge – lutar, lutar sempre !

Michel Fugain
Le Chiffon Rouge


Accroche à ton cœur un morceau de chiffon rouge
Une fleur couleur de sang
Si tu veux vraiment que ça change et que ça bouge
Lève-toi car il est temps
Allons droit devant vers la lumière
En levant le poing et en serrant les dents
Nous réveillerons la terre entière
Et demain, nos matins chanteront
Compagnon de colère, compagnon de combat
Toi que l'on faisait taire, toi qui ne comptais pas
Tu vas pouvoir enfin le porter
Le chiffon rouge de la liberté
Car le monde sera ce que tu le feras
Plein d'amour de justice et de joie
Accroche à ton cœur un morceau de chiffon rouge
Une fleur couleur de sang
Si tu veux vraiment que ça change et que ça bouge
Lève-toi car il est temps
Tu crevais de faim dans ta misère
Tu vendais tes bras pour un morceau de pain
Mais ne crains plus rien, le jour se lève
Il fera bon vivre demain
Compagnon de colère, compagnon de combat
Toi que l'on faisait taire, toi qui ne comptais pas
Tu vas pouvoir enfin le porter
Le chiffon rouge de la liberté
Car le monde sera ce que tu le feras
Plein d'amour de justice et de joie

C'est, en 1977, lors d'une grande fête populaire au Havre, intitulée "Un jour d'été dans un Havre de paix", qu'est née la chanson "Le chiffon rouge". Interprétée par Michel Fugain, elle sera adoptée par les mineurs lorrains en lutte contre les licenciements massifs dans la sidérurgie et deviendra vite célèbre dans le milieu ouvrier.
[Mineurs en grève dans le Pas-de-Calais]
Paroles : Maurice Vidalin.
Musique : Michel Fugain.



sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Poema de agradecimento à corja

Poema de agradecimento à corja

Obrigado, excelências.
Obrigado por nos destruírem o sonho e a oportunidade
de vivermos
felizes e em paz.
Obrigado pelo exemplo que se esforçam em nos dar
de
como é possível viver sem vergonha, sem respeito e sem dignidade.
Obrigado por nos roubarem. Por não nos perguntarem nada.
Por não nos darem explicações.
Obrigado por se orgulharem de nos tirar
as
coisas por que lutámos e às quais temos direito.
Obrigado por nos tirarem até o sono. E a tranquilidade. E a alegria.
Obrigado pelo cinzentismo, pela depressão, pelo desespero.
Obrigado pela vossa mediocridade.
E
obrigado por aquilo que podem e não querem fazer.
Obrigado por tudo o que não sabem e fingem saber.
Obrigado por transformarem o nosso coração numa sala de espera.
Obrigado por fazerem de cada um dos nossos dias
um dia menos interessante que o anterior.
Obrigado por nos exigirem mais do que podemos dar.
Obrigado por nos darem em troca quase nada.
Obrigado por não disfarçarem a cobiça, a corrupção, a indignidade.
Pelo chocante imerecimento da vossa comodidade
e da
vossa felicidade adquirida a qualquer preço.
E
pelo vosso vergonhoso descaramento.
Obrigado por nos ensinarem tudo o que nunca deveremos querer,
o
que nunca deveremos fazer, o que nunca deveremos aceitar.
Obrigado por serem o que são.
Obrigado por serem como são.
Para que não sejamos também assim.
E
para que possamos reconhecer facilmente
quem temos de rejeitar.
Joaquim Pessoa

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

CRISTO TE AMO - Che Guevara

CRISTO TE AMO

Cristo te amo não porque
desceste de uma
estrela
senão porque ensinaste
que o homem é um deus
e
aquele que está a tua esquerda no Gólgota
o
mau ladrão
também é um deus.


Che Guevara

domingo, 23 de dezembro de 2012

Charles Bukowski - Oh, sim



Oh, sim
coisas piores do que
estar
mas costuma levar décadas
até que o percebamos
e frequentemente
quando o conseguimos
é
demasiado tarde
e
nada pior
do
que
ser demasiado tarde.

Charles Bukowski
(Nascido alemão, foi criado e viveu nos EUA).

sábado, 22 de dezembro de 2012

Se oferecer livros

A valia de uma oferta, não reside forçosamente no seu preço comercial. o simples facto de estabelecer uma relação entre o oferente a oferenda e o seu destinatário, dá-lhe uma mais-valia considerável. Mas, além do mais, se o objecto eleito cumprir uma função social, ensinamento ou alerta o seu valor será ainda maior.

Vem este arrazoado a propósito do livro que li recentemente e cuja temática é de grande actualidade, sendo o seu preço conforme à crise. Cinco euros (5€)

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Estamos fartos! - Jeferson Kaibers


Estamos fartos!

Fartos de lançamentos de carros novos
De celulares com mais 10 funções inéditas
que nunca utilizaremos
Fartos de nos dizerem
O
que devemos usar
o
que devemos dizer
o
que devemos sentir
Fartos de propagandas vazias
Com cachorros pra criar empatia
Ou mulher bonita pra vender a cerveja
Fartos de noticias banais
Sobre a vida idiota
De
exibicionistas narcisos
Fartos de factos imprecisos
Criados, manipulados
E vendidos

Fartos do discurso falso
De
indústria verde
De
criação de empregos
Da
ditadura da economia
Fartos de tanta violência simbólica
Da
violência física e psicológica
Dos
que sugam a mais-valia
Fartos de criar expectativas falsas
Das
falas demagogas
Em nome de uma pseudo-democracia
Estamos fartos de ofertas e lançamentos
Dos
mercadores de almas
De programas de domingo
Vomitando
baixo entretenimento
Fartos de ver a fartura em poucas mãos
Sendo
que ela foi construída por muitos
Alguém, por favor,
Queira
criar alguma coisa nova
Uma
coisa outra
Que nos devolva um pouco de respiração
Nos deixe cultivar um pouco de sossego na alma
e faça
brotar alguma poesia
Enquanto aprendemos o silêncio!
Jeferson Kaibers