Canção
de Abril
nem
sempre um homem resiste
aos
labirintos do tempo
(morna
pelugem da terra canais
de
meus dedos de água
canteiros
mortos da mágoa
desesperados
sinais)
nem
sempre um homem resiste
aos
apelos da raiz
esquece
um corpo um país
nos
labirintos do tempo
mas
se uma vela se apaga
entre
outras velas perdida
não
esmorece a canção
em
Abril na terra ferida
(morna
pelugem da terra sinais
de
um tempo futuro
meus
dedos saltam o muro
onde
caíram meus pais)
Manuel
Alberto Valente
[Poesia
Reunida - pag.21] QUETZAL
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