MALVADAS LÍNGUAS QUE DÃO FEL À FAMA
Malvadas
línguas que dão fel à fama
Dizem
que nestes lúdicos quadrantes,
Os
políticos querem é ter mama.
Como
não hão-de querer se são lactantes?
Do
tenro Alfaia o génio petroleiro
Já
no berço os emires embasbacou.
Mal
saltou o rebento do cueiro
Logo
espantosa basta sobraçou.
Entre
os gigantes sociais, um ás
Com
chucha e birra na pueril veneta.
Todo
o planeta assombra: é o Ferraz.
Como
não há-de a CIP querer chupeta?
Muito
a preceito dos cristãos fervores
Do
CDS, o Lucas é o retrato
De
um Menino Jesus entre os doutores
A
meter Mestre Freitas num sapato.
Também
o PSD lá nos seus topes
Um
prodígio infantil com brio exibe.
É
o pasmoso bebé Santana Lopes
Que
PR há-de ser de arquinho e bibe.
Há
ainda o Jaiminho que nas cristas
Do
PS a singrar é mesmo um Gama.
Dá
beliscões no Soares sem dar nas vistas.
Faça
o que faça o puto não se trama.
Porém
como o Marcelo neste mapa
A
brincar aos cow-boys não há nenhum.
Passa
rasteira: o mais subtil derrapa;
Dá
ao gatilho da intriga e faz: pum-pum.
Onde
os meninos de tudo são senhores
Forçoso
é que da asneira haja fartura.
E
se alguns deles são uns estupores,
É
só por traquinice. É só candura.
In O
Bisnau, nº 5. 1983
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