As
empregadas fabris
Arregaçam a manhã (as empregadas
fabris)
pernas como tesouras
recortando a calçada
ferem o lenho da mesa com
sortes
de boletim. Uma sirene as trouxe
aqui
(às empregadas febris)
ancas de esboço perfeito sob
vestes de operárias
tocam umas nas outras como se
ainda fossem meninas mas
a delas que vai noivar já
traz o primeiro a caminho. E
quando o cigarro se apaga
(ou a cerveja se escoa) o
que resta é a dor da tarde que
nem esta chuva afaga
o gasóleo dos rapazes que
lhes cantam a cantiga e
as tomam pela cintura.
Um foguete fecha a festa
(pelo lado de dentro da coxa)
há nelas a incerteza de
não saberem se são
incompletamente
infelizes.
JOÃO LUÍS BARRETO GUIMARÃES
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