Palestina
Gaza-Pietà
Na
Palestina não há direito à vida
Um
filho sai à bomba da barriga
Uma
mãe chora a família abatida
Uma
virgem premeia um suicida
Na
Palestina há direito à guerra
Só
no subsolo se defende a terra
No
solo vivem na idade da Pedra
Subindo
ao céu têm força aérea
Na
Palestina há direito à educação
Uma
escola a arder serve de lição
Estuda-se
à luz desta ilumiNação
O
diploma obtém-se a gritar NÃO
Na
Palestina há direito ao medo
Ao
top mundial de desemPrego
Ao
maior cerco e maior degredo
Ao
recorde mundial do desespero
Na
Palestina não há direito a nada
Come-se
o pão ázimo da intifada
Bebe-se
urânio e fósforo na água
Dorme-se
na ruína da nossa casa
Na
Palestina há direito a tudo
À
garantia de não ter lugar seguro
À
segurança de ter um alto muro
À
esperança de morrer pelo futuro
In,
Autos das Necrópoles
Naufrágios do Louvre, pag.55
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