AMEAÇA DE MORTE
Não
basta ter-me dado nos meus versos:
pedem
a carne e a pele, os inimigos.
Os
olhos, dois postigos
de
olhar o mundo sem ninguém me ver,
querem-nos
entaipados;
e
quebrados
os
braços, que eram ramos a crescer.
Luto,
digo que não, peço socorro,
mas
saiu-me ao caminho uma alcateia.
Lobos
da liberdade alheia
que
me seguem os passos hora a hora,
sem
que eu possa sequer adivinhar,
na
paisagem do medo tumular,
qual
deles salta primeiro e me devora.
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