Que nojo
Que
nojo São carcaças
de gente morta por dentro
Escondem mucos pegajosos
que empestam toda a paisagem
São abutres
pelados são caraças
de olhos vítreos de intenção
são bostas de sangue e o centro
de onde mana a corrupção
Só nunca serão carrascos
porque lhes falta a coragem
O medo os
faz silenciosos
pelas costas atrevidos
Movem-nos ódios e ascos
flatulências de ambição
pequeninos verrinosos
gordurosos retraídos
São
fura-greves são espias
vaidosos de ser pisados
segregam epidemias
de vergonha São repolhos
de gangrena engravatados
São piolhos são piolhos
são piolhos
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