POEMA DA PALAVRA EXACTA
Eu
dou-te uma palavra,
e tu
jogarás nela
e nela apostarás com
determinação.
Seja a palavra «biltre».
Talvez penses num cesto,
açafate
de ráfia, prenhe de flores e frutos.
Talvez numa almofada num regaço
onde as mãos ágeis manobrando
as linhas
as complicadas rendas vão tecendo.
Talvez num insecto
de élitros metálicos
emergindo da terra empapada de
chuva.
Talvez num jogo lúdico, numa esfera de vidro,
pequena, contra outra
arremessada.
Talvez…
Mas não.
Biltre
é um
homem
vil,
infame
e ordinário.
São assim as palavras.
António
Gedeão
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