Quem pode ser no mundo tão quieto
Que o não movem nem o clamor do
dia
Nem a cólera dos
homens desabitados
Nem o diamante
da noite que
se estilhaça e voa
Nem a ira, o grito ininterrupto e
suspenso
Que golpeia aqueles
a quem a voz
cegaram
Quem pode ser no mundo tão quieto
que o não mova o
próprio mundo
nele
Manuel Gusmão
De: “Contra todas as evidências”
VIII – Tudo parece ter outra vez
começado
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