Mulheres corajosas que
acompanharam os exércitos da independência, junto com os soldados e com os
filhos ao colo ou carregado os equipamentos necessário à batalha.
Com a boca seca
suando fome,
suando sede,
rastejando.
Elas iam atrás dos soldados,
passando como sombras
carregando-se, carregando;
solidárias com o pó e os jumentos.
Ofegantes atravessavam os invernos,
sem folego
enconchando-se
quando a morte as fitava,
elas cuidavam das espingardas
para que estivessem prontas
quando chegasse a hora,
quase certas que as tataravós as viam
porque o ar lhes doía quando as recordavam.
Escondendo-se, abastecendo,
fazendo das tripas coração,
fazendo das pedras balas,
lá estavam ajudando
para nos deixar a Pátria que temos,
por nos deixar a Pátria que desperdiçamos.
A vossa pátria.
Guarichas, franco atiradoras, guerreiras
lutaram por nós
morreram por nós
elas e os apetrehos que levavam,
elas e os feridos
elas e os bebés doentes,
caminho caminhado
até ser esquecido.
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