“Dois homens trabalhando a terra…”
Dois homens trabalhando a terra de manhã ao entardenoitecer.
O trabalho progride ao ritmo adequado, apurado por séculos.
É uma região áspera, domável mas trabalhosa, úbere mas ímpia.
Pode ser contada, pode ser cantada – se o não for, não lhe importa.
O povoado é calçado a pedra própria daquele chão.
As ruas são vielas cuja antiguidade resiste às manhãs.
Na eira, uma criança, uma velha, uma lata com pregos.
Ontem, morreu uma senhora; hoje, morreu um senhor.
A feira é mensal, faz-se na vila, dista dez km.
A defunta, Maria Arcanjo; o finado, Francisco Nelson.
A feira tem importância, fá-la brilhar a utilidade.
Também os falecidos a tiveram, há que deixá-los ir,
deixá-los ser terra trabalhável.
(Ver blog), Daniel Abrunheiro
3 comentários:
Muito grato, Amigo, muito grato pela partilha e pela divulgação.
DA
Cid, o meu mail é daniel.abrunheiro@gmail.com
Sempre ao dispor.
DA
Eu é que estou agradecido.
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