A ginkgo
A ginkgo, a mais velha das árvores, existe no mundo desde a época dos dinossauros.
Dizem que as suas folhas em leque aliviam a asma, dores de cabeça e os achaques da velhice. E está provado que folhas são também o melhor remédio contra a falta de memória.
Quando a bomba atómica transformou a cidade de Hiroshima (6 de agosto de 1945) num deserto de escuridão, perto do centro da explosão uma velha ginkgo ficou carbonizada. A árvore estava tão queimada quanto o templo budista que a árvore protegia.
Três anos depois, alguém descobriu uma pequena luz verde saindo do carvão. A ginkgo morta havia ressuscitado. A árvore renasceu, abriu os braços, floresceu.
Esse sobrevivente do massacre ainda lá está.
Eduardo Galeano
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