A Literatura
Cultivam-se
virtudes raras: a bonomia,
o encanto, a mediocridade. Queimado
o acessório, que fica? O sal na água,
eis o espírito. E eis esse alferes que
louco enforcou os cães e o outro
pequeno
oficial, que apaixonadamente conduziu
um pelotão à chacina. Ébrio,
empunhando
o revólver até à morte. O cinismo
progredindo. Ao fim de tudo,
uma bala perdida levou-lhe um olho.
Escreviam-se cartas à hora do almoço
e à hora do chá: o expatriado
e a florista. Essas pequenas vilas,
de escassa ribeira, onde é aprazível
deixar correr o tempo. A literatura.
em Por Alguns Dias, Lisboa: Assírio & Alvim, 1ª edição, 1992, p. 31
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