Canção para um país agrícola
Quem a morte semeia
a morte colhe,
que a espingarda é arado
que não escolhe
leira ou prado
para lavrar.
Quem a morte semeia
a morte colhe,
que a baioneta é foice
que não escolhe
courela ou seara
para ceifar.
A espingarda tem gatilho,
mas não memória,
tem cão,
destino não,
hoje incendeia o dia,
amanhã constrói a História.
Quem a morte semeia
A morte colhe,
que a espingarda é enxada
que não escolhe
a terra que trabalha –
destrói e constrói,
liberta e escraviza,
incendeia sem destino,
mata hoje o herói,
amanhã o assassino.
Não escolhe o peito,
o sangue, a veia.
Quem a morte semeia,
a morte colhe.
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