REVOLUÇÃO ORBITAL
Revolução orbital: vai-se a rosa
transformando
na coisa múltipla, amante e amada, na
ação
que assim a faz e nos acidentes
mínimos – paisagens,
estações dos dias e das noites, dos
anos da história.
Ondula no cérebro a fronteira que as
margens da luz
desenham. E a rosa é uma hélice que
vibra
no ar que a respirar obriga(s):
torção dos pulmões,
do tronco e do sexo, dos nomes e dos
vocativos
que se respondem: como um coração que
deflagra
a rosa faz do ar que te falta a terra
de onde nasces
e o chão sobre que danças.
in 'Dois sóis, a Rosa – a Arquitetura do
Mundo
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