A terra nos é estreita
A terra nos é estreita. Ela nos encurrala no
último desfiladeiro
E nós nos despimos dos membros
Para passar. A terra nos espreme. Fôssemos nós o
seu trigo para morrer e
ressuscitar.
Fosse ela a nossa mãe para se compadecer de nós.
Fôssemos nós as imagens dos rochedos
que o nosso sonho levará como espelhos.
Vimos o rosto de quem, na derradeira defesa da
alma,
o último de nós matará. Choramos pela festa dos
seus filhos e vimos o rosto
Dos que despenham nossos filhos pela janela deste
último espaço.
Espelhos que a nossa estrela polirá.
Para onde irmos após a última fronteira?
Para onde voarão os pássaros após o último céu?
Onde dormirão as plantas após o último vento?
Escreveremos nossos nomes com vapor
carmim, cortaremos a mão do canto para que nossa
carne o complete.
Aqui morreremos. No último desfiladeiro.
Aqui ou aqui... plantará oliveiras
Nosso sangue.
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