Largada
Ai a tão rara, fugitiva,
Certeza de vencer!...
Não me falem de Esperança! Quero é esta
Decisão nas palavras e nos passos.
Navios, verdes de limos nas amarras, arrancai
Do cais dos meus sentidos!
Em mim não haja agora nem um
Que não seja bandeira desfraldada
Ou vela de navio.
Meus mais longínquos pensamentos,
Soltem-se ao claro Sol desta certeza.
vinquem de Acção e Vida o ar da noite.
Ao Mar!, ao Mar!,
Com um peso de ferro atado aos pés,
o cadáver já podre
de meus desânimos inglórios!
E eu, verdadeiro, surja,
Sorrindo a todos o vão desaire.
Rasguem velas, os mastros estilhacem,
quantos ventos vierem.
Verdadeiro por fim, cá vou.
Nem um momento só,
Largo das mãos meu leme de certeza.
_Ah!, conquistado a golpes de coragem!,
Ah!, ganho como prémio o que é bem meu
Por direitos legítimos de Moço!
(in Cabo)
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