quarta-feira, 3 de agosto de 2011
LOGOTIPO
domingo, 24 de julho de 2011
5 de Ju2lho – dia da Pátria Galega
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Vladimir Maiakóvski

DE “V INTERNACIONAL”
Eu
à poesia
só permito uma forma:
concisão,
precisão das fórmulas
matemáticas.
Às parlengas poéticas estou acostumado,
eu ainda falo versos e não fatos.
Porém
se eu falo
“A”
este “a”
é uma trombeta-alarma para a Humanidade.
Se eu falo
“B”
é uma nova bomba na batalha do homem.
Vladimir Maiakóvski
1922
(tradução de Augusto de Campos)
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Louise Michel - Os cravos Vermelhos
Os cravos Vermelhos
Quando eu for para o negro cemitério,
Irmão, lança sobre a tua irmã,
como uma última esperança,
cravos vermelhos em flor.
Nos últimos dias do Império,
Quando o povo despertava,
Vermelho cravo, foi o teu sorriso
A dizer-nos que tudo renascia.
Hoje, vai florir na sombra
Das negras e escuras masmorras.
Vai florir junto do triste cativo
E fala-lhe de todo o nosso amor por ele.
Diz-lhe que já não falta muito
Para sermos donos do futuro.
Que o vencedor de fronte lívida
Mais que o vencido há-de morrer.
Les Œillets rouges
Si j’allais au noir cimetière,
Frère, jetez sur votre soeur,
Comme une espérance dernière,
De rouges œillets tout en fleurs.
Dans les derniers temps de l’Empire,
Lorsque le peuple s’éveillait,
Rouge œillet, ce fut ton sourire
Qui nous dit que tout renaissait.
Aujourd’hui, va fleurir dans l’ombre
Des noires et tristes prisons.
Va fleurir près du captif sombre,
Et dis-lui bien que nous l’aimons.
Dis-lui que par le temps rapide
Tout appartient à l’avenir
Que le vainqueur au front livide
Plus que le vaincu peut mourir.
Louise Michel
(declaração de amor e carta de despedida ao seu companheiro fuzilado).
Professora, poetisa, escritora e combatente communard.
domingo, 17 de julho de 2011
A nossa intifada -- PALESTINA

Esta é a minha intifada,
a guerra das pedras nas minhas palavras.
uma semana a apedrejar o monstro
por que “as palavras são armas”
mesmo se a luta é desigual
são palavras-pedras projectadas pelo coração

"Palestina é a nossa casa
Nós nascemos aqui
Nós vivemos aqui
Nós amamos aqui
Não odiamos ninguém, mas desprezamos a injustiça
Na paz acreditamos, pela liberdade nós lutamos
Nós temos o direito de viver em paz em nossa Palestina.
Por isso existe Intifada."
(cântigo de guerra palestino)
Em Setembro o povo palestiniano vai tentar que a Assembleia Geral das Nações Unidas acolha o Estado Soberano e Independente da Palestina como membro de pleno direito da ONU.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
A civilização Acidental
É um jovem marginal habituado a desacatos e com o qual a polícia manifesta muita paciência e compreenção.
sábado, 18 de junho de 2011
José Saramgo 1922 / 2010

DEMISSÃO
Este mundo não presta, venha outro.
Já por tempo de mais aqui andamos
A fingir de razões suficientes.
Sejamos cães do cão: sabemos tudo
De morder os mais fracos, se mandamos,
E de lamber as mãos, se dependentes.
* * *
«Pois o tempo não pára…»
Pois o tempo não pára, nem importa
Que vividos os dias aproximem
O copo de água amarga colocado
Onde a sede da vida se exaspera.
Não contemos os dias que passaram:
Hoje foi que nascemos. Só agora
A vida começou, e, longe ainda,
Pode a morte cansar à nossa espera.
* * *
OPÇÃO
Antes arder ao vento como archote
Num deserto de sombras e de medos,
Que ser a dócil rima do teu mote,
Um morrão de cigarro nos teus dedos.
«Os Poemas Possíveis»
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Antes Que Seja Tarde

Antes Que Seja Tarde
Amigo,
tu que choras uma angústia qualquer
e falas de coisas mansas como o luar
e paradas
como as águas de um lago adormecido,
acorda!
Deixa de vez
as margens do regato solitário
onde te miras
como se fosses a tua namorada.
Abandona o jardim sem flores
desse país inventado
onde tu és o único habitante.
Deixa os desejos sem rumo
de barco ao deus-dará
e esse ar de renúncia
às coisas do mundo.
Acorda, amigo,
liberta-te dessa paz podre de milagre
que existe
apenas na tua imaginação.
Abre os olhos e olha
abre os braços e luta!
Amigo,
antes da morte vir
nasce de vez para a vida.
Manuel da Fonseca
domingo, 12 de junho de 2011
sexta-feira, 10 de junho de 2011
"ceia de pobre, roupa remendada"
O COMUM DA TERRA
Nesses dias era sílaba a sílaba que chegavas.
Quem conheça o sul e a sua transparência
também sabe que no verão pelas veredas da cal
a crispação da sombra caminha devagar.
De tantas palavras que disseste algumas se perdiam
outras duram ainda, são lume, breve arado,
ceia de pobre, roupa remendada.
Habitavas a terra, o comum da terra, e a paixão
era morada e instrumento de alegria.
Esse eras tu: inclinação da água. Na margem
vento areias mastros lábios, tudo ardia.
Eugénio de Andrade
a
Vasco Gonçalves, 14-5-76
segunda-feira, 6 de junho de 2011
5 de Junho
sexta-feira, 3 de junho de 2011
domingo, 29 de maio de 2011
A NOSSA ÁGUA

No dia 5 de Junho
DEFENDER A ÁGUA DE TODOS COM O VOTO
Demolidas que estão as barreiras legais à privatização da água, é imperioso dar a força do voto a quem, com provas dadas, seguramente use essa força na defesa da água de todos, da universalidade da sua fruição, da propriedade e gestão públicas da água.
O PSD inscreveu no programa eleitoral a privatização do grupo "Águas de Portugal" (AdP), o que já constava em 2004 de uma Resolução de Conselho de Ministros do governo PSD/CDS e em 2008 o governo PS iniciou na prática, privatizando as dez empresas concessionárias de serviços de águas incluídas na Aquapor. A privatização da água, toda a água, é um plano comum ao PS, PSD e CDS, há longo tempo acalentado e prosseguido pelos mesmos três partidos que agora assinam em conjunto o acordo com a "troika", unidos e solidários como sempre têm estado na submissão aos interesses do capital transnacional.
Em contracorrente com a tendência de reversão das privatizações da àgua que se verifica por todo o mundo por exigência das populações, como são exemplos as remunicipalizações na Grã-Bretanha, França, Alemanha e Itália e nova legislação para assegurar a água pública na Holanda, no Uruguai e na Bolívia, PSD, PS e CDS activa e persistentemente, na sintonia de quem subservientemente cumpre as ordens dos mesmos senhores, instalam em Portugal o "mercado da água", eufemismo para os grandes negócios especulativos que alimentam as poderosíssimas transnacionais do sector, as usuais destinatárias das "ajudas"do FMI nos mais tenebrosos casos de privatização da água.
PSD, PS e CDS, em uníssono na Assembleia da República, alternadamente no Governo, localmente nos Municípios, porfiam há longo tempo nesse intento. Hoje a situação é gravíssima e já se iniciou o passo final para entregar à especulação financeira privada o controlo do abastecimento de água e saneamento de quase todo o país, que foram arrancando aos serviços autárquicos e se concentraram agora em Sociedades Anónimas do Grupo Águas de Portugal.
Enquanto os capitais forem exclusivamente públicos, o avançadíssimo processo de privatização é facilmente reversível por uma mudança política. Se a transacção de capitais se realizar, a reversibilidade torna-se muito mais difícil e mais onerosa.
Na privatização da água como na submissão à "troika", o PS, o PSD e o CDS constituem um bloco uno, nenhum deles é "oposição".
Mas há oposição em Portugal, oposição que na Assembleia da República, nas Autarquias, nos locais de trabalho, nos sindicatos, nas associações e na rua, tem combatido incansavelmente estas políticas, defendido a água de todos e o interesse comum, apresentado propostas sólidas e viáveis e trabalho conhecido das populações, nomeadamente nos serviços de água.
Há outro caminho.
Nas eleições legislativas cada voto irá dar um poder de privatização ou dará um poder de defesa do bem comum.
EM PORTUGAL É POSSÍVEL!
Lisboa, 27 de Maio de 2011
A Direcção da Associação Água Pública