NÃO SE DEVE…
Não se deve deixar os intelectuais brincar com os fósforos
Porque, meus senhores, quando o deixam sozinho
O mundo mental meus senhores
Não é nada brilhante
E mal se apanha sozinho
Age arbitrariamente
Erigindo a si próprio
Alegada e generosamente em honra dos trabalhadores da
construção civil
Um auto-monumento
Não é demais insistir, meus senhores
Quando o deixam sozinho
O mundo mental
Mente
Monumentalmente.
(tradução de Manuela Torres)
IL NE FAUT
PAS…
il ne faut pas laisser les
intellectuels jouer avec les allumettes
Parce que Messieurs quand on le laisse seul
Le monde mental Messssieurs
N’est pas du tout brillant
Et sitôt qu’il est seul
Travaille arbitrairement
S’érigeant pour soi-même
Et soi-disant généreusement
en l’honneur des travailleurs du
bâtiment
Un auto-monument
Répétons-le Messssssieurs
Quand on le laisse seul
Le monde mental
Ment
Monumentalement.
Jaques Prévert
(Paroles – 1949) 4/1/1900 – 11/4/1977
Uma mosca sem valor
poisa c’o a mesma alegria
na careca de um doutor
como em qualquer porcaria.
António
Aleixo
18/2/1899-1949
(Um ano mais velho que Prévert, faleceu quando da
publicação de Paroles e
dir-se-ia ter deixado o mote.)
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