Vivemos dias bravios e de bravura
Junho, mês de saudade, reflexão e luta. Mês de orgulho pelos homens que nos deixaram em Junho de 2005 legando-nos saber, integridade e esperança.
Vasco Gonçalves (3/5/1922-11/6/2005)
Álvaro Cunhal (10/11/1913-13/6/2005)
Eugénio de Andrade (19/1/1923-13/6/2005)
Álvaro Cunhal
[Desenho
de Álvaro Siza Vieira]
DIZEM ALGUNS…
Dizem
alguns que tu
foste uma lenda arrancada
das páginas da história. Que a tua
palavra ardia
como uma tocha, às vezes
como uma lança cravada
na carne da ignomínia.
Eu diria
apenas que foste
a encarnação dum sonho, o rosto
humano da utopia.
alguns que tu
foste uma lenda arrancada
das páginas da história. Que a tua
palavra ardia
como uma tocha, às vezes
como uma lança cravada
na carne da ignomínia.
Eu diria
apenas que foste
a encarnação dum sonho, o rosto
humano da utopia.
Albano Martins
O centenário
do nascimento de Álvaro Cunhal está sendo comemorado em
todo o país.
E são tantas e
sentidas as manifestações
de apreço pelo
que representa para
todos nós
que, mais
do que um
belo poema,
damos-lhe a notícia
de que
continuamos a lutar com
entusiasmo e confiança.
Sabemos que é a melhor
homenagem que
lhe podemos prestar.
“a Vasco Gonçalves”
Nesses dias era sílaba a sílaba que chegavas.
Quem conheça o sul e a sua transparência
também sabe que no verão pelas veredas
da cal a crispação da sombra caminha devagar.
De tanta palavra que disseste algumas
se perdiam, outras duram ainda, são lume
breve arado ceia de pobre roupa remendada.
Habitavas a terra, o comum da terra, e a paixão
era morada e instrumento de alegria.
Esse eras tu: inclinação da água. Na margem
vento areias lábios, tudo ardia.
Eugénio de Andrade
O Comum
da Terra
Recordar
a sensibilidade
de Eugénio de Andrade, reconhecendo a honestidade
e o patriotismo
de Vasco
Gonçalves, amplia a sua
dimensão de homem
e de poeta.
«De tanta
palavra que
disseste algumas
se perdiam, outras duram ainda, são lume
breve arado ceia de pobre roupa remendada.»
se perdiam, outras duram ainda, são lume
breve arado ceia de pobre roupa remendada.»
Relendo Eugénio de Andrade saímos de sensibilidade
reforçada para melhor
apreciar Vasco
Gonçalves, intelectual
brilhante, lutador
abnegado e de apego
sem limites
ao nosso povo.
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