Luísa Ducla Soares
ESSES
Os que
trazem a tarde
a estrebuchar
rosas,
pela trela,
e põem rosas
nas janelas,
nos sorrisos que nos dão.
Os que
amassam flores
no
pão dos pobres
Os que
mascaram de rosas
o não
Os que
aos Domingos
dão às crianças
um tostão
Os que
têm ninhos
de andorinhas
nos beirais
e chicotes
nos dedos,
sub-reptícias gestapos caiadas
do livor
dos degredos
Os que
roubam estrelas
aos olhos
da gente
para vendê-las
à socapa
Os que
instalam
alto-falantes de riso
na mágoa
salina
das costas
curvadas,
no grito preciso
das raivas
sangradas
Os que
nos matam de rosas
às punhaladas.
Luísa
Ducla Soare
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