Eu - Goya
a quem o inimigo alcançou junto à cratera
em voo na direção do campo perdido.
Eu - O Desgosto.
Eu - garganta da guerra,
nas principais cidades
no Inverno de 1941.
Eu - A Fome.
Eu - o pescoço
da mulher enforcada cujo corpo balouça
como um sino na praça vazia.
Eu - Goya.
Ó uvas da punição!
Apontei, viril, para Ocidente -
sou as cinzas de quem não foi convidado!
Nas tábuas do céu preguei estrelas duras -
duras como pregos.
Eu - Goya.
a quem o inimigo alcançou junto à cratera
em voo na direção do campo perdido.
Eu - O Desgosto.
Eu - garganta da guerra,
nas principais cidades
no Inverno de 1941.
Eu - A Fome.
Eu - o pescoço
da mulher enforcada cujo corpo balouça
como um sino na praça vazia.
Eu - Goya.
Ó uvas da punição!
Apontei, viril, para Ocidente -
sou as cinzas de quem não foi convidado!
Nas tábuas do céu preguei estrelas duras -
duras como pregos.
Eu - Goya.
Andrei
Voznessenski
Antimundos, Cadernos de Poesia 12
Tradução
de Clara Schwarz da Silva,
Versão
de Armando da Silva Carvalho,
Publicações
Dom Quixote, 1970.
((OUTRA VERSÃO)
Góia
Sou Góia!
Arrancou-me o inimigo
as furadas órbitas em voo para o campo nu.
Sou horror.
Sou grito.
Da guerra, do carvão das cidades na neve do
ano quarenta e um.
Sou fome.
Sou garganta
De mulher enforcada
cujo corpo, como um sino, tangia na praça nua...
Sou Góia! Ó cachos
Da represália! Em
descarga voo para o ocidente, eu cinza de inesperado visitante!
E na memoria do céu
sólidas estrelas cravo Como cravos.
Sou Góia.
Andreï
Voznessenski
José Sampaio Marinho
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