sábado, 26 de abril de 2014

O 25 de Abril não admite neutralidade



O 25 de Abril não admite neutralidade

César Príncipe - publicado na
Vértice 122/Maio-Junho 2005

(Multi-realismo – Uma suGestão de RearmaMento Estético)


A neutralidade respira ideologia.
A neutralidade transpira ideologia.
A neutralidade vomita ideologia.

A neutralidade é um dos expedientes primários da capitulação & uma das pompas litúrgicas do negocismo. A paz não deve premiar corsários & ventríloquos, manequins & marioNets da Cultura & da Educação, da Informação & do Espectáculo. Não há tréguas entre bolsistas/borlistas do Sistema & ludibriados/ofendidos do Sistema. Não há núpcias (Recomendáveis) entre castratori/castrati & revolucionários/homens/mulheres livres.

Aqui se recusa o Princípio da Inocência das Artes & o Princípio da Oficialização da Verdade.

Não podemos manter-nos periféricos nas decisões centrais.
Não devemos ocultar o sofrimento & a felicidade da razão.

Procuremos afinar as cabeças, as mãos & as vozes, reabilitando as expedições ao nosso íntimo & ao coração dos condenados da Terra. Participemos nas células de sabotagem/implosão do Capitalismo CaniBalístico & da MerdiCultura Nacional & Universal.

Inauguremos um novo Parque das Nações, denunciando a vacuidade dos Dantas Electrónicos, dos letristas & intérpretes do Pimba Global, dos opinion-makers USA & deita fora, dos mediadores do Totalitarismo PalhAcento, da DemagOrgia Infecto-Contagiosa, do Populismo Antipopular, do VAMPirismo enceFálico, do jet-set do crime & do ridículo, do Grande PatroNATO da fome, da Guerra, do AnalfaBestismo.

Intelectuais, Artistas!

Proclamemos, como prioridade constituinte, uma empresa multi(nacional) do Novo Bom Senso & de Novo Bom Gosto.

Busquemos um novo Admirável Mundo Novo.
Derrotemos o persistente Triunfo dos Porcos.

Fora com os passageiros da passividade.
Fora com os decOraDores do sistema.
Fora com os bonEcos das corporações.
Fora com o fast-food culturAnal.
Fora com o Ocidente sem Oriente.
Fora com o Norte sem Sul.

O Dólar não é uma Casa de Sonho.
O Euro não se troca por Melancolia.

Viva a GloBalização da Humanidade.
Viva a GloBalização da Identidade.
Viva a GloBalização da Racionalidade.
Viva a GloBalização da Rebeldia.
Viva a GloBalização da Fantasia.
Viva a GloBalização da Alegria.

O Multi-Realismo (só) pretende que olhemos & escutemos com olhos de ver & ouvidos de ouvir os esplendores & os horrores, as paixões & os desenganos de estar desperto (no meio) de funâmbulos & sonâmbulos, delinquentes pérfidos & gentis, vítimas de todos os continentes & de todas as ilhas & de (também) estar entre indesarmáveis.

O Multi-Realismo ambiciona confrontar o Homem Estético com uma Missão Transtemporal & Transespacial & simultanramente Concreta & Definível na idade da Pedra Atómica, na Idade do Ferro Chip.

O Multi-Realismo apela aos insurrectos do Presente por um outro Presente & pelo Presente do Futuro (para que) se alistem nas Verdadeiras Prioridades da Pátrias & do Planeta, reorganizando as forças do optimismo contra os que simulam não pertencer ao género humano.

O que não é fácil. Mas é inadiável.
César Príncipe

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