HUMANIDADE
Na tarde calma e fria que
circula
por entre os eucaliptos e a distância,
olhando as nuvens quase nada rubras
e a névoa consentida pelos
montes,
névoa não subindo por não ser
fumo da vida que trabalha e teima,
e olhando uma verdura fugitiva
que a noite do céu queima tão depressa,
esqueço-me que há gente em cada parte,
gente que, de sempre, sofre e morre,
e agora morre mais
ou sofre mais,
esqueço-me que a esperança
abandonada,
a não ser de ninguém, é sempre
minha,
esqueço-me que os homens a
renovam,
que o fumo dos seus lares sobe
nos ares…
Esqueço-me de ouvir cheirar a Terra,
esqueço-me que vivo… E
anoitece.
JORGE DE SENA
Tancos,
7-11-1943
1 comentário:
Não percebo patavina.
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