Saga
Da Amazônia
Era
uma vez na AMAZÔNIA, a mais bonita floresta
Mata
verde, céu azul, a mais imensa floresta
No
fundo d'água as IARAS, caboclo lendas e mágoas
E
os rios puxando as águas
PAPAGAIOS,
PERIQUITOS, cuidavam das suas cores
Os
peixes singrando os rios, Curumins cheios de amores
Sorria
o JURUPARI, URAPURU, seu porvir
Era:
FAUNA, FLORA, FRUTOS E FLORES
Toda
mata tem caipora para a mata vigiar
Veio
caipora de fora para a mata definhar
E
trouxe DRAGÃO-DE-FERRO, prá comer muita madeira
E
trouxe em estilo gigante, prá acabar com a capoeira.
Fizeram
logo o projeto sem ninguém testemunhar
Prá
o dragão cortar madeira e toda mata derrubar:
Se
a floresta meu amigo tivesse pé prá andar
Eu
garanto meu amigo, com o perigo não tinha ficado lá.
O
que se corta em segundos gasta tempo prá vingar
E
o fruto que dá no cacho prá gente se alimentar??
Depois
tem passarinho, tem o ninho, tem o ar
ICARAPÉ,
rio abaixo, tem riacho e esse rio que é um mar.
Mas
o DRAGÃO continua a floresta devorar
E
quem habita essa mata prá onde vai se mudar??
Corre
ÍNDIO, SERINGUEIRO, PREGUIÇA, TAMANDUÁ
TARTARUGA,
pé ligeiro, corre-corre TRIBO DOS KAMAIURA
No
lugar que havia mata, hoje há perseguição
Grileiro
mata posseiro só prá lhe roubar seu chão
Castanheiro,
seringueiro já viraram até peão
Afora
os que já morreram como ave-de-arribação
Zé
da Nana tá de prova, naquele lugar tem cova
Gente
enterrada no chão:
Pois
mataram índio que matou grileiro que matou posseiro
Disse
um castanheiro para um seringueiro que um estrangeiro
Roubou
seu lugar
Foi
então que um violeiro chegando na região
Ficou
tão penalizado e escreveu essa canção
E
talvez, desesperado com tanta devastação
Pegou
a primeira estrada sem rumo, sem direção
Com
os olhos cheios de água, sumiu levando essa mágoa
Dentro
do seu coração.
Aqui
termina essa história para gente de valor
Prá
gente que tem memória muito crença muito amor
Prá
defender o que ainda resta sem rodeio, sem aresta
ERA
UMA VEZ UMA FLORESTA NA LINHA DO EQUADOR.
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