terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Com que então cá estamos de novo - Vasco Costa Marques




Com que então cá estamos de novo*

Com que então cá estamos de novo
um viva engatilhado na garganta,
a coçar o eczema do povo
esfarrapado-coitado-que canta...

Cá estamos de novo, amigos,
caros adversários natalícios,
enfeitados com a rosa dos perigos,
na espera de toiros dos comícios.

É que amanhã talvez não haja nada
(de Jaguar, aliás, sobe-se bem a liberdade)
e depois do carrascão de dizer camarada
guronsan que se faz tarde.


                     Mas isso “Era uma vez...”
                     sem meninos pequeninos
                     de bibinhos azulinhos
                     de xadrez
                     a marchar para o asilo
                    de mãos dadas três a três.

*comício Spínola Campo Pequeno?