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GREVE - Gioconda Belli
GREVE
Quero uma greve onde vamos todos.
Uma greve de braços, pernas, de cabelos,
uma greve nascendo em cada corpo.
Quero uma greve
de operários de pombas
de choferes de flores
de técnicos de crianças
de médicos de mulheres.
Quero uma greve grande,
que até o amor abranja.
Uma greve onde tudo se detenha,
o relógio as fábricas
a construção os colégios
o autocarro os hospitais
a estrada os portos.
Uma greve de olhos, de mãos e de beijos.
Uma greve onde respirar não seja permitido,
uma greve onde nasça o silêncio
para ouvir os passos do tirano que se vai.
HUELGA
Quiero una huelga donde vayamos todos.
Una huelga de brazos, piernas, de cabellos,
una huelga naciendo en cada cuerpo.
Quiero una huelga,
de obreros de palomas
de choferes de flores
de técnicos de niños
de médicos de mujeres.
Quiero una huelga grande,
que hasta el amor alcance.
Una huelga donde todo se detenga,
el reloj las fábricas
el plantel los colégios
el bus los hospitales
la carretera los puertos.
Una huelga de ojos, de manos y de besos.
Una huelga donde respirar no sea permitido,
una huelga donde nazca el silencio
para oír los pasos del tirano que se marcha.
Gioconda Belli (n.1948)
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