SEGUNDA
PESSOA
Alguém
diz tu. Alguém sem nome.
É
a terra e o corpo e é o rasto de um sentido.
Alguém
diz tua à imagem que se esgarça,
à
certeza de uma longínqua razão.
Longe.
O passado. Nomes, errados nomes de desejo.
Cego
de insónia, nem lembrar te posso.
Nem
mesmo em sonho saberia ver-te.
És
só o pronome, tu, a ondular-me na boca,
norte
magnético num desespero em surdina.
És
a sílaba que dói a dor solar de um sentido.
A
história avança na cabra-cega sem rostos,
e
eu vivo em ti o tu mais só da minha vida.
in GAZETA LITERÁRIA
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