Poema de Natal
Ó Meu Jesus, quando você
ficar assim maiorzinho
venha para darmos um passeio
que eu também gosto de crianças.
Iremos ver as feras mansas
que há no jardim zoológico.
E em qualquer dia feriado
iremos, então, por exemplo,
ver Cristo Rei do Corcovado.
E quem passar
vendo o menino
há de dizer: ali vai o filho
de Nossa Senhora da Conceição!
— Aquele menino que vai ali
(diversos homens logo dirão)
sabe mais coisas que todos nós!
— Bom dia, Jesus! — dirá uma voz.
E outras vozes cochicharão:
— É o belo menino que está no livro
da minha primeira comunhão!
— Como está forte! — Nada
mudou!
— Que boa saúde! Que boas cores!
(Dirão adiante outros senhores.)
Mas outra gente de aspecto vário
há de dizer ao ver você:
— É o menino do carpinteiro!
E vendo esses modos de operário
que sai aos domingos para passear,
nos convidarão para irmos juntos
os camaradas visitar.
E quando voltarmos
pra casa, à noite,
e forem para o vício os pecadores,
eles sem dúvida me convidarão.
Eu hei de inventar pretextos subtis
pra você me deixar sozinho ir.
Menino Jesus, miserere nobis,
segure com força a minha mão.
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