“Soneto
exposto”
(ou uma certa
ideia de memória do país)
O desengonçado trânsito
cavernícola.
A eterna crise com os dentes afiados.
Um país de paisagens marítimas e vinícolas,
em que uns são filhos e outros enteados.
O recorte da serra na
distância.
Os pardais semoventes sobre as praças.
Alguns homens sombrios com a ânsia
de não serem roídos pelas traças.
O redil organizado como um
caos.
Uns quantos menos bons e outros muito maus.
Uma planície, uma cidade, um chaparral.
E em volta disto o mar, sempre
indiferente
do que queira ou não queira a sua gente.
E fica no soneto exposto Portugal.
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