quarta-feira, 6 de abril de 2016

VÍDEO-GAME - Augusto de Guimaraens Cavalcanti


VÍDEO-GAME
Para Domingos Guimaraens

E quantos campeões de vídeo-game não são perdedores na vida? Afinal que delicada poesia é essa que evapora fácil e ainda assim é poesia, mais real que o real. Deuses de vidro, igrejas de sal. Vídeo-games deveriam se chamar dilúvios azuis. Que delicados maestros são esses que conquistam o mundo inteirinho e depois se apagam quando a tela se suicida? E quantos deuses do vídeo-game não morrem na simulação da vida, nessa estrada de idiotas. E quantas histórias lindas não são facilmente descartáveis pela tirania e quantos vídeo-games bonitos não apodrecem no vento? E quantos campeões de vídeo-games não são perdedores na vida?
Augusto de Guimaraens Cavalcanti

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