ALMA DE CÔRNO
Alma de côrno – isto é, dura como isso;
Cara que nem servia para rabo;
Idéas e intenções
taes que o diabo
As recusou a ter
a seu serviço
–
Ó lama
feita vida! ó
trampa em
viço!
Se é p’ra ti todo
o insulto cheira
a gabo
– Ó do Hindustão da sordidez
nababo!
Universal e essencial enguiço!
De ti se suja
a imaginação
Ao querer
descrever-te em verso.
Tu
Fazes dôr de barriga
á inspiração.
Quér faças bem
ou mal,
hyper-sabujo,
Tu fazes sempre mal. És como um cú,
Que ainda que
esteja limpo é sempre
sujo.
Nota: reprodução
do poema respeitando a grafia original
do fac-símile.
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