Liberdade, onde
estás? Quem te demora?
Liberdade, onde estás? Quem te demora?
Quem faz que o teu
influxo em nós não Caia?
Porque (triste de
mim!) porque não raia
Já na esfera de Lísia
a tua aurora?
Da santa redenção é vinda a hora
A esta parte do mundo
que desmaia.
Oh! Venha... Oh!
Venha, e trémulo descaia
Despotismo feroz, que
nos devora!
Eia! Acode ao mortal, que, frio e mudo,
Oculta o pátrio amor,
torce a vontade,
E em fingir, por
temor, empenha estudo.
Movam nossos grilhões tua piedade;
Nosso númen tu és, e
glória, e tudo,
Mãe do génio e
prazer, oh Liberdade!
Liberdade querida e
suspirada
Liberdade querida e suspirada,
Que o Despotismo
acérrimo condena;
Liberdade, a meus
olhos mais serena,
Que o sereno clarão
da madrugada!
Atende à minha voz, que geme e brada
Por ver-te, por
gozar-te a face amena;
Liberdade gentil,
desterra a pena
Em que esta alma
infeliz jaz sepultada;
Vem, oh deusa imortal, vem, maravilha,
Vem, oh consolação da
humanidade,
Cujo semblante mais
que os astros brilha;
Vem, solta-me o grilhão da adversidade;
Dos céus descende,
pois dos Céus és filha,
Mãe dos prazeres,
doce Liberdade!
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