É inútil chorar
É inútil chorar:
«Se choramos aceitamos. É preciso não aceitar.»
Por todos os que tombam pela verdade
Ou que julgam tombar.
O importante neles é já sentir a vontade
De lutar por ela,
Por isso é inútil chorar.
Ao menos se as lágrimas
Dessem pão,
Já não haveria fome.
Ao menos se o desespero vazio
Das nossas vidas
Desse campos de trigo.
Mas o que importa
É não chorar:
«Se choramos aceitamos. É preciso não aceitar.»
Mesmo quando já não se sinta calor
É bom pensar que há fogueiras
E que a dor também ilumina.
Que cada um de nós
Lance a lenha que tiver,
Mas que não chore
Embora tenha frio:
«Se choramos aceitamos. É preciso não aceitar.»
«Se choramos aceitamos. É preciso não aceitar.»
Por todos os que tombam pela verdade
Ou que julgam tombar.
O importante neles é já sentir a vontade
De lutar por ela,
Por isso é inútil chorar.
Ao menos se as lágrimas
Dessem pão,
Já não haveria fome.
Ao menos se o desespero vazio
Das nossas vidas
Desse campos de trigo.
Mas o que importa
É não chorar:
«Se choramos aceitamos. É preciso não aceitar.»
Mesmo quando já não se sinta calor
É bom pensar que há fogueiras
E que a dor também ilumina.
Que cada um de nós
Lance a lenha que tiver,
Mas que não chore
Embora tenha frio:
«Se choramos aceitamos. É preciso não aceitar.»
"Poemas
de circunstâncias"
(1949-1960).
Luanda:
Editorial Nzila, Luanda,
2003.
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